O evento “Arraiá da Imprensa Livre” deu a partida da programação que celebra os 98 anos da Associação Cearense de Imprensa (ACI). A programação ocorreu no último sábado (17), no terraço da entidade. O ato pautou o jornalismo independente e a comunicação popular através de uma mesa de conversa e contou com as presenças da jornalista e executiva nacional de comunicação do MST, Aline Oliveira, a presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Samira de Castro, a diretora da ACI e também integrante do podcast ‘’As Cunhãs’’, Inês Aparecida, além da sócia da Metarmofose Comunicação, Marina Valente, como mediadora.
Samira de Castro compartilhou suas experiências como repórter de economia, relatando que sempre se moveu pelo senso de responsabilidade com a informação e com o próximo, lutando na linha de frente pelo direito que cada um tem. ‘’Sempre valorizei o coletivo, o trabalho em equipe e a valorização de qualquer cargo dentro do jornalismo, todos tem sua importância e desempenham um papel fundamental na nossa sociedade. Por isso priorizo a fala de que nossas lutas são conjuntas, precisamos estar unidos para fazer a diferença nos meios de comunicação” comentou.
Jornalista e participante da comunicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Aline Oliveira comentou sobre as dificuldades enfrentadas pelo caminho, partilhando a fala de que por mais que haja na sociedade comunicadores e apoiadores populares, não é fácil manter suas convicções e lutas. ‘’Trago aqui o debate de que a frente progressista brasileira precisa se juntar, para pensar em uma comunicação mais unificada e que possa furar essa bolha intolerante que nos cerca’’, completou.
A Diretora de Profissionais de Mídias Alternativas e Comunitárias do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Ceará (Sindjorce), Marina Valente, conta que desde pequena combate a censura e o não direito da palavra, para ela a função do jornalista é ser um guardião da palavra e com isso, é preciso trazer o valor que ela merece. ‘’Nós somos os defensores da palavra, precisamos lutar para que ela tenha um bom uso a serviço do nosso povo, o povo brasileiro’’.
Inês Aparecida, diretora da ACI, compartilha sua vivência com o podcast ‘’As Cunhãs’’, as limitações e experiências trocadas pela apresentadora e seus convidados. A jornalista comenta sua indignação com parte da grande imprensa que se mostra insensível com o seu público e a sociedade em geral. ‘’Jornalista é aquele que se importa, com a miséria, as injustiças e que se preocupa com a verdade, trazendo credibilidade e informação necessária às pessoas’’.
De acordo com Helly Ellery, presidente da ACI, a entidade tem uma convergência muito interessante, pois carrega lutas e embates importantes principalmente nos últimos anos com o crescimento da extrema direita, o que nos faz estar juntos para se defender, lutar e ter a alegria como forma de resistência. Para ele, comemorar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, é também trazer o fortalecimento do jornalismo independente e da comunicação popular. ‘’Entendemos a importância de trazer o jornalismo coletivo e social, como início das comemorações do aniversário da ACI, assim como a celebração da liberdade de imprensa, mas também valorizando essa comunicação que luta pela voz da população.’’, finaliza.
Após os momentos de fala, o evento contou com a apresentação da banda Regional Asa Branca, trazendo um ambiente de festa junina animado e descontraído, além do serviço de alimentos e bebidas oferecido aos convidados.