Na manhã do último sábado (11), a Associação Cearense de Imprensa celebrou o Dia da Mulher com debate e festa. Uma roda de conversa contou com a participação das jornalistas Emanuella Braga, Kamila Fernandes, Eugênia Cabral, Samira de Castro, Germana Pinheiro e Carla Soraya, como mediadora.
Cada jornalista trouxe pautas atuais e distintas de seus locais de trabalho, além de contarem suas experiências particulares no ramo jornalístico, em uma sociedade predominantemente masculinizada. Emanuella falou sobre as dificuldades de atuar na segurança pública. Jornalista e professora universitária, Kamila surpreendeu com a constatação do ambiente machista na academia. Germana narrou situações difíceis na cobertura esportiva, assim como Eugênia Cabral se manifestou sobre sua experiência na comunicação corporativa. Presidenta da FENAJ, a jornalista Samira de Castro trouxe uma visão mais geral da atuação feminina no jornalismo. Segundo todas elas, a luta é diária e consiste em persistir acreditando em um mundo menos misógino, em que as mulheres possam ter voz, serem escutadas e respeitadas.
De acordo com a jornalista Eugênia Cabral, empresária e professora de comunicação, a sociedade vive um problema estrutural.
‘’Não me sinto mais protegida, mas sinto que tenho mais armas de contra-ataque, continuo me sentindo exposta, mas hoje em dia sinto que tenho mais recursos’’, afirma ela.
Durante o diálogo, os convidados tiveram tempo de participação e puderam compartilhar experiências com as jornalistas, que também se sentiram à vontade para expor traumas, conquistas e situações que enfrentaram durante todo o seu percurso profissional. O evento trouxe uma perspectiva diferente para a roda de conversa, proporcionada por um ambiente leve e livre.
Segundo Paula Bandeira, diretora da ACI, coordenadora do evento e militante da luta feminista, o sucesso é palavra que define o #8M da ACI.
“Histórias da nossa profissão que são silenciadas por um machismo velado e institucional vieram à tona nessa roda de conversa. O momento foi de reflexão e da certeza que precisamos de uma rede de apoio e da desconstrução da cultura do machismo e da impunidade.” projeta.
A programação se estendeu até o fim da tarde e contou com um samba feminino protagonizado pela banda Flor de Sal, que tem as artistas Mari Matos, Maddu Soares e Marília Aguiar.