A Associação Cearense de Imprensa (ACI) se posiciona veementemente em favor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) e do seu presidente, Rafael Mesquita, alvos de uma onda de ataques de ódio em páginas públicas e perfis pessoais ligados ao bolsonarismo, desde o fim de semana passado. Ao exercer seu papel de liderança dos jornalistas cearenses, Rafael Mesquita manifestou, em uma nota publicada na página eletrônica do sindicato, oposição e crítica à polêmica homenagem a Jair Bolsonaro, aprovada por 20 vereadores da cidade de Fortaleza, de conceder o Título de Cidadão ao ex-presidente,.
A nota do sindicato considera a homenagem “ultrajante” para os jornalistas do Ceará e do Brasil a um político que se notabilizou por agredir e violar os direitos desses profissionais, principalmente as mulheres, contra quem dedicou maior virulência. A nota afirma ainda que “ao longo de quatro anos, o ex-presidente representou a maior ameaça ao exercício da liberdade de imprensa, conforme indicado pelos números do Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil, elaborado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). De 2019 a 2022, ele realizou 570 ataques a veículos de comunicação e aos jornalistas, numa média de 142,5 agressões por ano. Um ataque a cada dois dias e meio”.
Fortaleza não gosta de Bolsonaro e demonstrou isso nas últimas votações em que este senhor se colocou, nas quatro eleições em que disputou. Perdeu contra Fernando Haddad, em 2018, e contra Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022, em votações expressivas. É o posicionamento do povo nordestino, sempre desrespeitado pelo ex-presidente, na disseminação de atos de preconceito durante o período eleitoral e mandato. Reverberamos a posição do Sindicato dos Jornalistas em acreditar que a “infeliz e equivocada decisão só pode ser fruto de desinformação” dos que fazem a Câmara Municipal de Fortaleza, a quem apelamos para rever tal decisão, em nome do seu histórico de luta e do respeito que deve ao povo de Fortaleza.