O 7º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, realizado em Maricá (RJ), de 22 a 24 de julho, reuniu aproximadamente 150 comunicadores, para tratar de situações variadas relacionadas à área. Por meio de mesas de debates, temas variados foram abordados no evento, dentre os quais a segurança dos comunicadores nas coberturas jornalísticas, sobretudo nas eleições deste ano.
Durante mesa realizada no sábado (23/07), o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Octávio Costa, destacou a preocupação da entidade com os casos de violência contra jornalistas, relatados anualmente por meio de documentos produzidos pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e outras entidades.
Conforme Octávio Costa, a ABI procurou recentemente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF) para a construção da proposta de um observatório de casos de violência contra profissionais de imprensa, a partir de estudo feito junto a uma fundação alemã. “A ideia é que tenhamos advogados prontos a atuar para que quando um profissional de imprensa for ameaçado, haja um advogado para defendê-lo”, explicou.
Papel do jornalismo
Também presente ao evento, a presidente da Fenaj, Maria José Braga, apontou a necessidade de que os participantes do evento atuem para assegurar que o jornalismo cumpra sua função social, por meio de cobranças quanto ao conteúdo expresso na mídia tradicional. “Não podemos deixar a mídia hegemônica de lado. Temos que importuná-la. Esse é o papel das mídias alternativas”, afirmou.
A jornalista e linguista Letícia Sallorenzo e o professor, ator YouTuber, comediante e drag queen Guilherme Terreri (conhecido pelo nome artístico Rita von Hunty) apontaram outras questões relacionadas ao campo da comunicação entre blogueiros e ativistas digitais.
O evento contou ainda com duas mesas de debate, rodas de conversa (com trocas de experiências), homenagens, lançamentos de livros e apresentação de documentários.
“Precisamos ampliar a discussão sobre a atuação preventiva das entidades representativas dos comunicadores para garantir a integridade física e psicológica destes profissionais, sobretudo na cobertura das eleições”, afirma Salomão de Castro, diretor de Atividades Sociais e Culturais da Associação Cearense de Imprensa (ACI), que participou do evento.
Salomão destaca que este debate é feito no Ceará pela ACI e pelo Sindicato dos Jornalistas (Sindjorce) desde abril. “Seguimos em defesa da atuação conjunta das entidades e do poder público neste sentido”, afirma.