Pela preservação da vida, manutenção dos empregos e em defesa da Democracia

A Associação Cearense de Imprensa (ACI), em apoio às recomendações das organizações de saúde no combate à Covid-19, e em defesa dos trabalhadores da comunicação de nosso Estado, chama a atenção das empresas para a responsabilidade coletiva que pesa sobre todos quanto à preservação da vida de seus empregados.

Além de sermos o terceiro Estado com mais casos de contaminação no País, é público o registro de jornalistas infectados em empresas como Grupo de Comunicação O Povo e TV Jangadeiro. Esta situação reforça a necessidade de distanciamento social, por meio do trabalho remoto, quando for possível, e de quarentena dos colegas atingidos pela doença.

Nessa grave crise de âmbito mundial, tornou-se imperativa, também, a manutenção dos empregos. Para isso empresários de todo o país lançaram o movimento “Não Demita”. Por isso, causa espécie a decisão recente e extemporânea do Grupo de Comunicação O Povo de anunciar a demissão de mais de cem funcionários.

Mais estranho é o fato de as demissões não respeitarem os direitos trabalhistas, sem o devido pagamento de multas rescisórias, por exemplo, obrigando os trabalhadores a recorrerem à Justiça e criando uma situação de instabilidade inaceitável.

A ACI manifesta, ainda, seu mais veemente protesto contra agressões que jornalistas, no dia a dia de sua atividade, vêm sofrendo nos atos contra o isolamento social decretado pelo governador do Estado. São manifestações perigosas contra o legítimo exercício da profissão.

Nesse ponto, a ACI considera que ataques à imprensa livre, alimentados pelo ambiente político de intolerância e com clara conotação fascista, tomaram proporções graves, na medida em que apoiadores do Presidente da República atacam o Congresso Nacional, desmoralizam o STF e pedem a volta do AI-5 e o retorno do regime militar.

Por fim, a ACI manifesta seu desejo de que a vida seja preservada, os empregos sejam mantidos, e a Democracia prevaleça. Não é mais hora de repudiar, de lamentar ou de condenar. É hora de agir, antes que seja tarde.

Fortaleza, 20 de abril de 2020
A Diretoria